Junte três partidos, um deles com um ministro de Estado, outro com o prefeito da Capital e o trio com seis deputados estaduais no total, e diga se o bloco PP/PT/PSC não terá, mantendo-se unido, forças pra dar as cartas nas eleições de 2014 na Paraíba.
Dependendo do avanço, a trajetória desse bloco, que está sob o guarda-chuva do governo Dilma, e já foi testado previamente nas eleições municipais com êxito em João Pessoa, se coloca dentro do processo de discussão pra 2014 como uma terceira força, capaz de enfraquecer ou consolidar um ou outro lado em disputa.
Tendo o ministro Aguinaldo Ribeiro (PP) e o prefeito Luciano Cartaxo (PT) como as duas principais estrelas do grupo, o recém-formado bloco esbanja condições de dizer em qual rédea as apostas serão mais confiáveis. Mesmo que seja, teoricamente, um bloco mais forte de corpo do que de cabeça, assusta. E, flertando com o ex-prefeito Luciano Agra, que ainda está fora do “campeonato”, pode até surpreender. Estrutura, como já dissemos, pra isso tem.
Inclusive, pra fazer PMDB de refém. Porque a construção do bloco PP/PT/PSC, de pronto, por enquanto, só enfraquece as pretensões do PMDB, que não pode prescindir, na disputa majoritária de 2014, de base tão sólida quanto à construída pelas três legendas antecipadamente coligadas.
Assim, se o cenário que vai se construindo a partir de hoje for se consolidando para 2014, teremos de um lado a base do governador Ricardo Coutinho com PSB, PSDB e Democratas, além de PPS, PDT e, quiçá, o PTB, além de outras legendas aliadas de menor porte, do outro o bloco PT/PP/PSC e, sozinho, boiando como um barco à deriva, o PMDB. Faltando apenas encaixar outro barco sozinho, mas potente, que o é o PEN de Ricardo Marcelo, presidente da Assembleia Legislativa.
Aliás, foi com base nesse ainda isolamento do PMDB que Aníso Maia, líder petista na Assembleia, se viu à vontade pra dizer que o bloco aceitaria a indicação do partido para ter o ex-prefeito Veneziano Vital do Rego como candidato a vice-governador. Foi a segunda vez que Vené ouviu isso na vida. Na primeira, foi quando o candidato era Maranhão. Nas duas, sentiu um leve frio na espinha.
Nesse jogo de War, portanto, o bloco formado recentemente já tem exército suficiente pra dar as cartas da mesa. Será uma sorte para o PMDB se o grupo estiver apenas blefando, de olho em espaços generosos na chapa competitiva dos peemedebistas. Mas se a brincadeira for séria, o bloco é capaz de azedar o projeto de qualquer um que pense individualmente. Mesmo daqueles que pensam grande. Só grande.
Luís Tôrres