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sexta-feira, 13 de maio de 2016

MARANHÃO ME ENVERGONHOU

Marcos Maivado Marinho

Foi lamentavelmente vergonhoso o discurso do senador José Maranhão na histórica sessão de ontem/hoje em que o Senado da República autorizou, por absoluta maioria do colegiado, a abertura de processo de impeachment contra a Presidente Dilma Rouseff. 
Piegas e inconsequente, a oratória do paraibano não revelou de fato a sua cara, mesmo aquela cansada e insone - mais ranzinza do que sóbria - que alteou na tribuna à vista de milhões de brasileiros. 
Ao longo de uma brilhante história política de mais de cinco décadas o filho de Seu Benjamin sempre ostentou postura de altíssimo nível, mantendo em atos e falas moderação e equilíbrio, raríssimas ofensas e permanentes traços de conciliação. 
Ouvir Maranhão sempre foi especial, pelo menos para mim que continuo o admirando e dele recebendo aulas de vida.  
Sensato e cortês, mesmo em momentos onde carecia se exceder Zé nunca abaixou-se à soleira.  
Foi assim no Campestre de Campina Grande sob o ébrio dedo em riste de Ronaldo Cunha Lima;. 
Foi assim quando, Líder do seu Governo na Assembléia estadual, Robson Dutra o humilhou. 
Foi assim em ‘ene’ vezes diante d’alguns inconsequentes que não conseguiam aquilatar o dom de estadista desse nosso último ‘moicano’ da política estadual. 
Mas, tripudiar sobre Dilma não me pareceu ter sido algo sensato para Maranhão mostrar nesse instante do Brasil em febre.  
E que dizer sobre cuspir-lhe na face?  
Maranhão, não tanto pelo vasto bigode que adorna o redondo rosto de brejeiro rico e feliz, virou ‘alma gêmea’ em coisa miúda e a ele igualando-se, do desastroso homônimo que interinamente preside a Câmara dos Deputados. 
Arrisco a dizer que fez mais feio, pois sem tempo para voltar atrás. 
A gente até entende que o velho ararunense carregue ódio n’alma por preterições políticas.  
Dilma, é verdade, nunca mandou beijos para Zé... 
Mas os trouxe, em carradas, que ele de Araruna a Cabedelo, Paraíba afora, angariou dividendos eleitorais espetaculares. 
Por isso o insosso e intempestivo pedido de perdão ao eleitorado da Paraíba por ter votado em Dilma não se encaixa no discurso e nem na história de Maranhão e eu quero continuar a crer que não seja da lavra dele o que leu na tribuna do Senado, mas do `reverendo` Julio Paiva, o assessor de fétido verbo que nomeou para auxiliá-lo nesse mandato que aparenta ser o derradeiro dele no Parlamento do Brasil. 
Foi feio, muito feio.  
A mim, e a toda a Paraíba, Maranhão ontem infeliz e lamentavelmente envergonhou.

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